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Um Conto Cristão – O Menino Que Fotografou Deus

Eduardo, um garoto de dez anos e novo convertido, sonha em ser fotógrafo na igreja. Ele ora com fé para ter a chance de capturar a presença de Deus nas fotos e, quando finalmente consegue, vive uma experiência transformadora.

o garoto que fotografou Deus - conto cristão

O Menino Que Fotografou Deus

Eduardo, aos dez anos, tinha um sonho que poucos levavam a sério: capturar a presença de Deus com uma câmera. Ele era um novo convertido, e seu amor pela fotografia crescia a cada culto na Comunidade Cristã de Nova Pitambé. Desde pequeno, Eduardo sentia que a fotografia era uma forma de enxergar o mundo de maneira diferente, mas agora, convertido, acreditava que poderia usar isso para algo maior.

Sua paixão pelas câmeras incomodava Pedro, o responsável pela mídia da igreja. Toda vez que Eduardo chegava, ia direto até Pedro, fascinado pela imponente câmera Canon que ele carregava.

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— Posso tirar fotos no culto de hoje? Por favor! — suplicava Eduardo, os olhos brilhando de expectativa.

Pedro, cansado da insistência, deu a resposta de sempre:

— Não pode, Edu. Já te disse que você é muito novo, e essa câmera foi cara. Se você deixar cair, como vai pagar?

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— Eu prometo que não vou deixar cair! — insistia o garoto, com um fervor que beirava o desespero.

Pedro suspirou, sentindo-se dividido entre o zelo pela câmera e a esperança inocente do menino. Decidiu, então, fazer uma proposta:

— Faz o seguinte. Essa semana, você ora a Deus todos os dias. Se você fizer isso, no próximo domingo, pode tirar fotos por uma hora.

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— Sério? Que legal! Combinado, vou orar sim! — respondeu Eduardo, saindo do lado de Pedro com um salto de alegria.

Eduardo não tinha como comprar uma câmera. Ele era o sexto filho de uma mãe viciada em drogas, que o havia deixado para ser criado por seus tios cristãos. Quando lhe perguntavam o que queria ser quando crescesse, ele sempre respondia com firmeza: “Fotógrafo”. Muitos adultos riam, desdenhando. “Fotografia lá é profissão pra pobre?”, eles diziam. Mas no coração de Eduardo, ardia um desejo inabalável por essa área. Sendo assim, congregando naquela igreja, ele sentiu que seus sonhos estavam mais perto do que nunca.

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fé todo dia
II

Naquela semana, Eduardo não só orou todos os dias, mas o fez duas vezes por dia, apenas para garantir que Deus ouvisse seu pedido. Seu único clamor era simples e sincero: que ele pudesse tirar boas fotos, ser usado por Deus e, acima de tudo, não decepcionar Pedro.

No domingo seguinte, Eduardo não conseguia conter a ansiedade. Assim que chegou ao culto, correu em direção a Pedro, que parecia um pouco cansado das incansáveis investidas do garoto.

— Eu posso tirar as fotos hoje, né? — perguntou, com uma confiança ansiosa.

— Você orou a semana toda? — perguntou Pedro, desconfiado.

— Claro! Duas vezes por dia! Jesus é minha testemunha! Ele pode me levar agora se eu estiver mentindo! — disse Eduardo com uma confiança quase ingênua, mas cheia de fé.

Pedro sorriu de lado, surpreso com a determinação do garoto.

— Tudo bem. Por uma hora, você vai tirar fotos. Mas só quando eu disser. Agora não me atrapalhe, quando for a sua vez eu aviso.

O culto começou, com louvores entoados pelo coral da igreja. Eduardo, atento, observava Pedro movimentar-se de um lado para o outro, ajustando o ângulo, a lente, a luz. Ele percebia como Pedro era perfeccionista, com expressões de descontentamento sempre que algo não saía como ele esperava. No meio do culto, o pastor chamou a igreja para orar pelas famílias. Foi nesse momento que Pedro finalmente entregou a câmera para Eduardo.

— Você sabe como tirar fotos, né? — perguntou Pedro, com um ar de seriedade.

— O que eu faço? — questionou Eduardo, inseguro.

— Aponta a câmera para as pessoas e aperta este botão. Cuidado para não derrubar! — explicou Pedro. — Vou ao banheiro, volto já.

— Pode deixar! — respondeu o garoto, com os olhos brilhando de excitação.

III

Eduardo, com a câmera nas mãos, sentiu o peso da responsabilidade. Ele posicionou a câmera, como Pedro havia instruído, e começou a fotografar. A igreja cantava e adorava. O pastor, em alta voz, proclamou: “Deus está na casa!”. A atmosfera no templo mudou, e a alegria transbordava por todos os lados. Eduardo tentava capturar cada detalhe, mas suas mãos tremiam, e algo mais profundo acontecia dentro dele.

Cada vez que colocava a câmera diante dos olhos, ele sentia algo diferente. Suas mãos suavam, o coração acelerava, e seus olhos se enchiam de lágrimas. Não era a excitação de estar segurando uma câmera pela primeira vez; era algo maior. Eduardo sentia Deus em cada clique. À medida que caminhava pela igreja, ele fotografava pessoas adorando, chorando, pulando, cheias de alegria, e algo em seu coração queimava. Ele não conseguia explicar, mas que sabia que cada click era especial. Ele andava, chorava, e clicava.

Quando terminou, devolveu a câmera para Pedro, com o rosto molhado de lágrimas.

— O que foi, Eduardo? Não conseguiu tirar as fotos? — perguntou Pedro, curioso.

— Consegui sim… — soluçava o garoto.

— Então por que está chorando? — Pedro se surpreendeu com a emoção do menino.

— Porque eu vi Deus… Eu tirei fotos d’Ele! — Eduardo respondeu, com a voz embargada, incapaz de conter sua emoção.

Pedro ficou intrigado. Ao chegar em casa, o rapaz subiu as imagens para o computador. Muitas das imagens de Edu estavam borradas, outras fora de foco, o que fez seu lado perfeccionista gritar para deletá-las. Porém, algo na sinceridade do garoto o fez hesitar. Contra seus instintos, Pedro decidiu postar as fotos.

IV

Na manhã seguinte, ao acordar, Pedro notou algo impressionante. As redes sociais da igreja estavam em alvoroço. Mais de 500 comentários tinham sido postados em poucas horas. Aquilo nunca tinha acontecido. Pedro abriu os comentários e, para sua surpresa, todos falavam a mesma coisa:

“Que fotos lindas! Eu senti a presença de Deus daqui.”

“Deus agiu poderosamente nesse culto. Que vontade de estar com vocês!”

“Que bênção! Essas fotos transbordam a presença de Deus.”

Pedro lembrou-se das palavras de Eduardo: “Eu vi Deus e fotografei”. Ele olhou novamente as fotos, mas não viu nada de especial. Eram fotos simples, quase amadoras. O que os outros estavam vendo, que ele não conseguia enxergar?

No culto seguinte, Pedro chamou Eduardo e mostrou-lhe as fotos.

— Onde está Deus nessas fotos? — perguntou, ainda sem entender.

Eduardo sorriu e, passando por cada imagem, apontou com firmeza:

— Deus está aqui. Olha essa moça, ela foi abraçada por Deus, por isso está chorando. Aqui, essa menina… Deus estava ao lado dela, dando forças enquanto cantava. E esse senhor… Quando levantou as mãos, Deus estava curando sua dor de estômago. Deus estava em todos os lugares, Pedro. Eu não tirei fotos de pessoas, eu tirei fotos de Deus agindo nelas.

Pedro, ao ouvir as palavras do garoto, sentiu um nó na garganta. Ele sempre fotografou apenas para criar um feed bonito no Instagram, para cumprir seu trabalho na mídia da igreja. Mas agora, entendia a verdadeira importância da sua função.

— Parabéns, Eduardo. Você enxergou algo que eu nunca percebi… Deus está mesmo em todas essas fotos.

Eduardo, tímido, perguntou:

— Eu posso tirar fotos hoje de novo? Eu juro que orei a semana toda.

Pedro sorriu, emocionado:

— Mais do que isso, Edu. Quero que você fique com essa câmera. Depois do que vi, sei que ainda tenho muito a aprender. Através de você, muitos verão Deus nas suas fotos.

Eduardo saltou de alegria e envolveu Pedro em um abraço apertado. Para muitos, o garoto pobre da periferia jamais teria a chance de ser fotógrafo, um sonho distante e quase impossível. Mas, aos olhos de Deus, não existem barreiras que o talento, a fé e a vontade divina não possam superar. O que parecia impossível para o mundo, tornou-se realidade nas mãos daquele que crê.


Notas Finais:

Ser responsável pela mídia da igreja vai muito além de simplesmente tirar fotos bonitas ou produzir vídeos com qualidade impecável. O verdadeiro propósito está em capturar e eternizar momentos em que a presença de Deus se manifesta, congelando no tempo instantes sagrados em que o céu parece tocar a terra. Além disso, cada clique de uma câmera, cada gravação de um vídeo, tem o poder de contar a história do mover de Deus em meio ao Seu povo. Não é apenas sobre estética ou perfeição técnica, mas sobre a capacidade de transmitir a essência do culto, a adoração sincera, e as transformações espirituais que ocorrem diante dos nossos olhos.

Sendo assim, aquele que trabalha na mídia da igreja assume o papel de um missionário digital. Sua missão não é apenas documentar eventos, mas ser um canal pelo qual a glória de Deus é revelada a quem está distante, seja pela distância física ou espiritual. Uma imagem pode ser uma porta de acesso à fé, um vídeo pode ser um veículo para despertar corações, e uma transmissão ao vivo pode tocar vidas que jamais pisaram em um templo.

Por fim, que todos os que servem nesta função compreendam a profundidade do seu chamado. Ao capturar um sorriso, uma lágrima, um levantar de mãos, eles não estão apenas preservando memórias, mas proclamando a verdade de que Deus se faz presente. A glória de Deus se reflete nas vidas que Ele toca, e é essa manifestação que deve ser o foco de cada imagem ou vídeo. Que a mídia da igreja seja uma extensão do ministério, revelando, através de suas lentes, o Deus vivo que age entre nós.


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