I
Finalmente, o grande dia de Brenda havia chegado. Depois de anos de espera, lutas, planejamento, frustrações e inúmeras crises de ansiedade, o tão sonhado momento se tornava realidade: ela iria se casar. Sentada diante do espelho, retocando sua maquiagem, Brenda refletia sobre o quanto Deus havia sido bom com ela. Nos últimos meses, muitos obstáculos pareciam destinados a frustrar seus sonhos, mas, apesar de tudo, ela escolheu confiar em Deus, e agora estava vivendo a concretização dessa fé.
Brenda e Gustavo começaram a namorar aos 18 anos. Após dois anos juntos, decidiram que era hora de dar um passo além. Muitos amigos e até parentes os criticaram, dizendo que eram jovens demais, que se arrependeriam dessa decisão tão precoce. “Vocês têm tanto a viver antes do casamento!”, diziam. Mas Brenda sempre soube o que queria. Desde a juventude, orava pedindo que Deus a guiasse para encontrar o homem certo, e quando conheceu Gustavo, sentiu no coração que ele era o escolhido. Um dos seus maiores desejos era que seu primeiro beijo fosse dado no altar, e ela se guardou por toda a juventude para esse momento. Ao compartilhar essa decisão com Gustavo, ela esperava resistência, mas ele a surpreendeu ao aceitar o pacto de pureza com serenidade e convicção. Ali, ela teve a confirmação: ele seria o amor da sua vida.
No entanto, aqueles dois anos de namoro não foram fáceis. Jovens demais, ambos tinham incertezas quanto ao futuro. Havia preocupações com a faculdade, trabalho, responsabilidades que pareciam grandes demais. Além disso, como qualquer casal, enfrentaram tentações. Momentos em que o desejo tentava se sobrepor à promessa que haviam feito. Em muitas ocasiões, Brenda se viu lutando internamente, questionando se valia a pena. “Será que estou exagerando? É só um beijo…” – pensava. Mas, nesses momentos, ela se lembrava da oração que havia feito a Deus: o sonho de se manter pura até o altar. “Um momento de prazer não vale a eternidade de glória que Deus me preparou”, repetia para si mesma.
II
As críticas de amigas e colegas só aumentavam a pressão. “Como assim vocês namoram e não se beijam? Isso não é normal”, diziam, rindo dela. Até mesmo sua sexualidade foi questionada em tons de deboche. Em noites solitárias, Brenda chorava em oração, pedindo força a Deus. As palavras de suas amigas machucavam, e a dúvida sobre o caminho que havia escolhido muitas vezes pesava sobre ela. Mas ao buscar consolo na Palavra, encontrou renovação. Versos como “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus” (Mateus 5:8) fortaleceram sua fé.
Foi então que, quando finalmente tomaram a decisão de se casar, Gustavo perdeu o emprego. A estabilidade que ambos buscavam desmoronou, e o sonho do casamento parecia escapar por entre os dedos. Em seus momentos de oração, Brenda chorava de frustração e angústia. Mas sempre ouvia a mesma resposta em seu coração: “Confie em Mim, Eu cuido de tudo”. E foi essa confiança que a manteve firme, ainda que todos ao seu redor duvidassem. Ela sabia que as promessas de Deus não falham.
No dia do casamento, enquanto os preparativos corriam na linda chácara escolhida para a cerimônia, tudo parecia perfeito. O cenário era como ela sempre sonhara: ao ar livre, cercado pela natureza. Um casamento simples, mas abençoado em cada detalhe. Deus havia provido tudo, desde o vestido até as flores e as fotos. Brenda mal podia acreditar na generosidade com que Deus havia movido o coração das pessoas para abençoá-los.
III
Mas então, no momento em que já estava pronta, uma forte chuva começou a cair. Do seu quarto, Brenda olhava para o arco de flores montado no gramado, agora encharcado. Sua mãe entrou aflita, sugerindo adiar a cerimônia ou transferi-la para dentro da casa.
— Filha, talvez seja melhor esperar a chuva passar ou fazer a cerimônia aqui dentro… — disse ela, preocupada.
Brenda respirou fundo. Havia orado tanto por esse dia. Será que a chuva era um sinal? Ela fechou os olhos e lembrou-se do que Deus dissera em suas orações: “Confie em Mim, Eu cuido de tudo”. E decidiu que não era a chuva que iria abalar sua fé.
— Se der a hora de casar e ainda estiver chovendo, casaremos na chuva. Deus nos trouxe até aqui. A chuva não é um obstáculo, é uma bênção — afirmou com convicção.
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Quando encontrou Gustavo, ele estava igualmente determinado.
— Amor, Deus não nos trouxe até aqui para sermos envergonhados. Se Ele escolheu essa data, vamos até o fim, com ou sem chuva — disse ele atras da porta.
Brenda sorriu, sentindo uma paz profunda. Naquele momento, ela sabia que, independentemente das circunstâncias, Deus estava no controle.
IV
A chuva não deu trégua. Os convidados, a princípio desconfortáveis, aceitaram com relutância a cerimônia ao ar livre. Padrinhos entraram sob guarda-chuvas, e logo chegou a hora da entrada da noiva. Brenda, porém, recusou o guarda-chuva. Ela acreditava que a chuva não era uma maldição, mas uma manifestação da presença de Deus, um símbolo de renovação e bênção. E assim, caminhou até o altar, debaixo das gotas que caiam sobre seu vestido branco.
A cerimônia foi intensa, marcada pela simplicidade e pela fé que irradiava dos noivos. Quando o pastor finalmente disse: “Agora podem se beijar”, Brenda, emocionada, pediu para falar.
— Antes de beijar o meu noivo, quero enviar o meu primeiro beijo para o meu primeiro amor, Jesus, que está aqui nesta celebração — disse, beijando a palma da mão e estendendo-a aos céus.
Gustavo fez o mesmo, dizendo:
— E antes de beijar a minha noiva, meu primeiro beijo vai para Jesus, o participante principal desta festa.
E, quando finalmente se beijaram, a chuva cessou. O céu se abriu e um arco-íris surgiu ao fundo, como um testemunho da aliança que Deus selava entre eles. Os convidados, emocionados, não puderam conter as lágrimas. Naquele momento, muitos sentiram a presença de Deus de forma tangível, e corações foram tocados. O que era uma simples cerimônia de casamento se transformou em um testemunho vivo da fidelidade divina.
A chuva, que a princípio parecia um obstáculo, tornou-se símbolo da graça derramada sobre o casal. Ao se renderem à vontade de Deus e decidirem viver suas vidas em prol do Reino, receberam a garantia de que o próprio Deus cuidaria deles, hoje e para sempre.
Notas do Autor:
A história de Brenda e Gustavo destaca os valores essenciais de um relacionamento cristão: fé, pureza, confiança em Deus e compromisso com a vontade divina. Eles escolheram seguir princípios bíblicos, resistindo às pressões e tentações do mundo, e confiaram que Deus cuidaria de cada detalhe de suas vidas.
Sendo assim, no namoro cristão, o respeito mútuo e o foco em honrar a Deus tornam-se os alicerces de uma relação duradoura e abençoada. O verdadeiro amor se expressa não apenas em gestos românticos, mas principalmente na decisão de colocar Deus no centro, buscando sua orientação em todas as etapas do relacionamento. Assim como Brenda e Gustavo experimentaram, a fidelidade a Deus traz bênçãos incontáveis, transformando cada desafio em uma oportunidade para fortalecer a fé e glorificar o Criador.
“Quando decidimos honrar a Deus em primeiro lugar, Ele, por sua infinita misericórdia, se encarrega de nos honrar.”
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