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Um Conto Cristão: Amor ao Próximo

No topo da montanha, sob o crepúsculo dourado, um morador de rua contempla a grandiosidade do horizonte. Que lições ele pode nos ensinar? Continue a leitura para descobrir mais.

Um Conto Cristão- Amor ao Próximo

Um Chamado a Compaixão

I

O sol do meio-dia batia impiedosamente sobre as ruas empoeiradas do interior de São Paulo, transformando cada passo em uma batalha contra o calor sufocante. Entre condomínios e as vielas estreitas, um morador de rua desgastado pela vida e marcado pela sujeira arrastava seus pés cansados de porta em porta, em busca de um sopro de compaixão.

Seu cheiro era uma mistura repulsiva de suor, sujeira e desespero, uma fragrância que afugentava os corajosos e enojava os mais sensíveis. À medida que ele se aproximava, as portas rangiam ao serem trancadas com fervor, e as janelas eram rapidamente fechadas, como se o simples contato visual pudesse contaminar os moradores com a miséria que ele carregava consigo.

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As pessoas passavam apressadas, desviando o olhar do morador em desalinho como se ele fosse invisível, como se sua existência fosse uma mancha indesejada na paisagem urbana. Alguns murmuravam palavras de desprezo enquanto o evitavam, outros lançavam olhares de repugnância, mas nenhum se dispunha a estender a mão para ajudá-lo.

Ele prosseguia, ignorando os olhares de desdém e os gestos de rejeição, sua determinação alimentada pela fome que apertava seu estômago vazio e pela sede que ressecava sua garganta. A cada negativa, seu coração se encolhia um pouco mais, sua esperança se esvaía como água entre os dedos áridos.

II

O morador de rua ficou muito triste ao ver a crueldade da cidade ao seu redor. Cada olhar de desdém, cada insulto lançado contra ele, era como uma ferida aberta em sua alma já tão machucada. No entanto, apesar das provações e dos momentos sombrios, havia lampejos de humanidade que o surpreendiam e o tocavam profundamente.

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Houve dias em que ele foi empurrado, chutado e insultado por estranhos cruéis que passavam por ele como se fosse um estorvo. As palavras afiadas e os gestos brutais cortavam como facas afiadas, deixando cicatrizes invisíveis que doíam tanto quanto as feridas físicas.

Mas, em contraste com a brutalidade da cidade, surgiam momentos de luz e calor humano que aqueciam sua alma congelada pela solidão e pela desesperança. Às vezes, um estranho gentil lhe estendia uma mão amiga, oferecendo-lhe roupas limpas, comida quente ou simplesmente palavras de conforto.

Uma família bondosa convidou-o para entrar em sua casa modesta, oferecendo-lhe abrigo contra a noite fria e a oportunidade de redescobrir sua humanidade perdida. Eles o receberam com sorrisos e gestos afetuosos, tratando-o como um igual digno de respeito.

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Naquela noite, enquanto ele mergulhava na água quente do banho, sentia o peso da sujeira e do sofrimento lavado de sua pele. Uma sensação de renovação o invadiu. Sob o teto acolhedor daquela casa simples, ele experimentou uma paz que há muito tempo lhe era desconhecida. Uma sensação de pertencimento aqueceu seu coração, como o fogo em uma noite fria.

E assim, entre os altos e baixos da vida nas ruas implacáveis de São Paulo, ele aprendeu a nunca perder a fé na bondade humana, mesmo nos lugares mais sombrios. Pois, no final das contas, eram os atos de compaixão e generosidade que o mantinham vivo, renovando sua esperança e restaurando sua fé na humanidade.

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III

Após um ano vagando pelas ruas implacáveis da cidade, o morador de rua sentiu o chamado da montanha, um ímpeto interior que o impelia em direção a novos horizontes. Com determinação renovada, ele empreendeu a jornada rumo ao cume da montanha, cada passo uma ode à perseverança e à esperança que o guiava.

Ao alcançar o topo, ele se viu diante de um panorama de tirar o fôlego, as montanhas se estendendo até o horizonte distante, um testemunho silencioso da grandeza da criação. O ar rarefeito e puro envolveu-o como um abraço reconfortante, enchendo seus pulmões com uma sensação revigorante de liberdade e renovação.

Com um gesto solene, ele removeu as vestes sujas e desgastadas que haviam sido sua única proteção nas ruas cruéis da cidade, revelando sob elas um manto brilhante e imaculado, uma armadura de luz que o envolvia como uma aura de pureza.

E então, como se as asas da própria liberdade tivessem sido concedidas a ele, um par de asas luminosas brotou de suas costas, erguendo-o acima da terra em um êxtase celestial. Com os olhos fixos no vasto céu acima, ele se lançou aos céus, seu espírito livre e elevado em direção às estrelas, deixando para trás as angústias e as tribulações do passado.

IV

Diante da majestade divina, o anjo  relatou com humildade as vicissitudes de sua jornada terrena. Ele expôs as lutas enfrentadas, os obstáculos vencidos e, igualmente, as dádivas inesperadas que acalentaram seu coração em momentos de desespero. Suas palavras, carregadas de sinceridade e gratidão, ecoaram na presença de Deus, aguardando com reverência a resposta do Criador.

Então, como um trovão ecoando pelos confins do universo, a voz de Deus ressoou, envolvendo o anjo em uma aura de reverência e temor. “Eu vi tudo”, proclamou o Senhor, suas palavras carregadas de autoridade e compreensão infinita. “E naquele grande dia, toda a verdade será revelada.”

Um calafrio percorreu a espinha do anjo ao sentir a profundidade das palavras divinas penetrando sua alma. Ele compreendeu que nenhum ato, por menor que fosse, escaparia ao olhar onisciente do Todo-Poderoso.

“Eu vou derramar minha graça sobre aqueles que viveram o amor ao próximo”, continuou Deus, sua voz transbordando de compaixão e justiça divina. “Sobre eles, minha misericórdia repousará.”

Entretanto, uma nota de advertência ressoou na atmosfera solene. “Mas ai daqueles que infligiram sofrimento aos meus filhos”, proclamou o Senhor, sua ira contida vibrando como um trovão distante. “Para eles está reservada a minha justiça implacável.”

Assim, diante da presença divina, o anjo compreendeu a magnitude das palavras divinas, consciente de que cada ato de amor ou crueldade seria pesado na balança da eternidade, determinando o destino final de cada alma diante de Deus.

FIM

Como está escrito em Mateus 25:31-46, cada boa ação que realizamos em favor dos mais humildes é como se estivéssemos fazendo diretamente a Deus. Embora saibamos que não são nossas obras que nos conduzem ao céu, mas sim a graça salvadora que nos traz alegria em abençoar o próximo. Isso porque essa é uma ordem divina e uma capacitação do Espírito Santo.

Na história, o anjo disfarçado de morador de rua testemunhou em primeira mão o tratamento dispensado às pessoas marginalizadas pela sociedade, vistas muitas vezes como indigentes. Contudo, aos olhos de Deus, elas são tão valiosas quanto qualquer outra vida e merecem amor, independentemente de sua situação. Já testemunhamos muitas histórias de ex-moradores de rua que se reergueram ao encontrarem apoio.

Se essa história do morador de rua ocorresse realmente em nossos dias, Deus nos aprovaria? Que, da próxima vez que nos depararmos com alguém necessitado, possamos enxergá-lo como Cristo nos vê: com amor e compaixão.

Que a paz esteja convosco, e nos encontraremos em outras histórias.

Atenciosamente,

Lucas Aquino


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