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Um Conto Cristão: O Pai Amoroso

Um Conto Cristão: O Pai Amoroso - Uma releitura de uma das clássicas histórias da bíblia, sobre a perspectiva do pai e seu amor incondicional

pai amoro - conto cristão pai e filho se reenconrtra

O Pai Amoroso:

Parte I

Era um fim de tarde que começava a se tingir de tons alaranjados, e o céu parecia prenunciar o momento especial que estava prestes a acontecer. As contrações de Maria surgiram como ondas violentas que a envolviam em uma dança dolorosa, mas ela se mantinha firme, sustentando a força de trazer uma nova vida ao mundo.

Antônio montou em seu cavalo, sentindo cada batida do seu coração acelerado. Seu peito se enchia de uma ansiedade que parecia querer voar, pois ser pai novamente era mais do que um motivo para celebrar; era uma oportunidade de reencontrar a essência da vida e mergulhar no oceano de amor que apenas um filho poderia proporcionar.

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Enquanto cavalgava velozmente, o vento soprava em seu rosto, como se quisesse carregar suas emoções para o céu. Antônio sabia que a paternidade era uma jornada transformadora, e ele trazia consigo o legado de cuidar dos irmãos mais novos, o que lhe conferia uma habilidade natural para essa missão.

Um filho não era apenas uma continuação do sangue, mas um elo que transcendia gerações, um amor que se perpetuava no tempo. Cada criança representava uma chance de deixar um impacto positivo no mundo, e Antônio estava mais do que disposto a aceitar essa responsabilidade. Seu coração se encheu de gratidão ao recordar o amor que seu primeiro filho lhe trouxera, e agora, a perspectiva de vivenciar essa maravilha novamente o inundava de uma emoção avassaladora.

Parte II

Ao longe, avistou uma casinha humilde e, à sua porta, estava Dona Helena, a parteira da cidade, com sua lamparina iluminando a espera. Seus cabelos brancos exibiam a sabedoria de quem vivenciou muitos momentos de milagres, e as rugas em seu rosto eram testemunhas do dom divino de trazer vidas ao mundo.

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“Maria está para dar à luz!”, disse Antônio, com urgência e gratidão na voz.

“Vamos ao encontro desse milagre, meu filho!”, respondeu Dona Helena, com firmeza e determinação, enquanto subia na cela do cavalo.

A viagem prosseguiu como uma corrida contra o tempo, cavalgando sob o céu que se tingia de um azul escuro, e o coração de Antônio palpitava em uníssono com os galopes do cavalo. Dona Helena, experiente e cheia de compaixão, transmitia tranquilidade a Antônio, acalmando-o diante da expectativa avassaladora que preenchia o ar.

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Chegando à casa, encontraram Maria lutando bravamente em meio às dores do parto. Os olhos dela brilharam ao ver Antônio e Dona Helena, sabendo que estava em boas mãos. 

Parte III

As dores de Maria se intensificavam a cada momento, e seu rosto mostrava a luta incansável que travava. Ela apertava a mão de Antônio com tanta força que quase parecia querer fundir-se a ele para compartilhar a dor. O quarto estava mergulhado em uma atmosfera de agonia, impregnado com o cheiro adocicado e pesado de sangue e suor.

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Dona Helena, a parteira experiente, sentia a gravidade da situação. Seu tom suave e tranquilizador buscava acalmar Maria, enquanto pedia que ela fizesse seu melhor e empurrasse a criança. As horas de trabalho pareciam uma eternidade, e cada minuto que passava aumentava a ansiedade de todos na sala.

Finalmente, um choro de recém-nascido ecoou, interrompendo o pesado silêncio do quarto. Dona Helena ergueu um bebezinho branco sujo de sangue e, com a voz embargada, anunciou: “É um menino!”

Antônio soltou a mão de sua amada esposa, e em um misto de alívio e alegria, avançou em direção ao pequeno ser em seus braços. Lágrimas inundaram seus olhos enquanto ele segurava aquele precioso presente da vida. A emoção era avassaladora, mas ao se virar para compartilhar aquele momento com Maria, seu coração se partiu em mil pedaços ao perceber que ela não estava mais consciente.

O choro do recém-nascido se entrelaçava com o pranto de Antônio, ecoando pela casa como um lamento de tristeza e felicidade entrelaçadas. A felicidade pela chegada do filho misturava-se ao desespero pela partida de sua amada. Naquele momento de dor avassaladora, Antônio sentiu-se completamente desamparado.

Parte IV

Os dias que se seguiram foram como uma neblina densa, Maria foi enterrada no quintal da casa que tanto amava. A cerimônia foi marcada pela dor de familiares e amigos, que vieram de todas as regiões para se despedirem da mulher incrível que Maria havia sido em vida. Cada lágrima derramada era uma homenagem ao amor e à dedicação que ela tanto deu a todos que a cercavam.

Quando a última pessoa deixou a casa, Antônio encontrou-se sozinho com os filhos. O bebê chorava em seus braços, com fome e confuso com o mundo novo em que chegou. O mais velho agarrava-se à perna do pai, buscando conforto na figura paterna que também precisava ser consolada. O vazio deixado por Maria parecia insuperável.

Nesse momento, uma onda de desespero invadiu Antônio, fazendo-o pensar em fugir, em deixar tudo para trás. Mas, olhando para os filhos, cujos olhares refletiam a dor do abandono da mãe, ele sabia que não poderia fazer isso. Não podia privá-los da presença de um pai, não podia deixá-los enfrentar o mundo sozinhos.

Parte V

E então, em meio às lágrimas e à dor, ele ergueu os olhos para o céu e implorou a Deus por forças para enfrentar o desafio que estava diante dele. Ele orou por sabedoria para criar e educar seus filhos, e também agradeceu por sua mãe, que se ofereceu para ajudar a criar seus netos.

Sua mãe chegou à casa, trazendo consigo um raio de esperança em meio à escuridão que os cercava. Ela olhou para o filho com ternura e carinho, sabendo que não poderia substituir Maria, mas que poderia ser um pilar de apoio para a família que ficou. Juntos, eles abraçaram os pequenos, encontrando alívio na união em meio à tragédia.

Assim, Antônio prometeu a si mesmo que, apesar da tristeza que os envolvia, ele honraria a memória de Maria e faria tudo em seu poder para criar seus filhos com amor, dedicação e carinho. Era uma jornada difícil e dolorosa, mas ele sabia que o amor que existia em seu coração era suficiente para enfrentar o futuro incerto que os esperava. Com a mão de sua mãe e a força que vinha de Deus, Antônio embarcou em uma jornada de amor incondicional para ser o pai que seus filhos precisavam e mereciam.

Parte VI

As manhãs de Antônio começavam cedo, antes mesmo do sol nascer. Preparava o café, cuidava dos cavalos e levava os filhos para a escola. Sua dedicação era incansável, e ele se orgulhava ao ver o brilho nos olhos dos meninos, sabendo que estava lhes proporcionando algo que ele próprio não teve.

Quando retornava à fazenda, não havia descanso. Trabalhava junto aos empregados, agradecendo por cada chuva que molhava a terra, por cada colheita farta, por cada animal saudável. O sucesso que alcançara não se resumia à prosperidade material, mas também ao seu coração grato e à fé inabalável.

A rotina de Antônio também incluía momentos de oração. Todos os dias, ele se ajoelhava em meio às plantações e entregava seus agradecimentos e preocupações a Deus. Sua conexão com o divino se refletia no cuidado com a terra, uma terra que sustentava sua família e que ele, por sua vez, cuidava com zelo.

Parte VII

O tempo continuou a passar, e a vida sorria para Antônio. Ele se tornou um dos homens mais ricos da região, e sua fazenda prosperava. Seus filhos haviam crescido, e o mais velho seguia o caminho acadêmico, frequentando a faculdade na cidade. O mais novo, porém, começou a sentir o chamado do mundo exterior, ansiando por novas experiências longe da fazenda.

Parte VIII

O sol se punha no horizonte, pintando o céu com um espetáculo de cores vibrantes enquanto pai e filho se encontravam na varanda da fazenda. O filho mais novo, com os olhos brilhando de empolgação e inquietação, finalmente encontrou coragem para revelar seus anseios.

— Pai, eu não quero mais viver aqui. Estou cansado dessa vida na fazenda. Todos os meus amigos foram para a cidade grande e eu quero ir também. Peço que me dê a minha parte da herança, para que eu possa construir minha vida lá. — Sua voz transbordava de empolgação, mas também de uma ilusão sobre o que o mundo tinha a oferecer.

Antônio, com olhos cheios de preocupação e tristeza, não queria acreditar no que estava ouvindo. Ele amava sua vida simples na fazenda e temia pelo destino que aguardava seu filho na cidade.

— Meu filho, você tem certeza disso? — perguntou Antônio, tentando desesperadamente fazê-lo reconsiderar.

O filho balançou a cabeça com convicção, ignorando os apelos implícitos nos olhos do pai. — Sim pai, eu tenho certeza. Não vejo nenhum futuro aqui para mim. Quero viver a vida ao máximo, aproveitar todos os prazeres e emoções que a cidade grande pode oferecer.

O coração de Antônio se apertou ainda mais ao ouvir as palavras do filho. Ele não queria que ele fosse iludido pela superficialidade e corrupção do mundo urbano, mas também sabia que não poderia prendê-lo à fazenda.

Parte IX

Reunindo suas últimas forças, Antônio respirou fundo e forçou um sorriso triste. — Tudo bem, se é isso mesmo que você quer, não vou lhe impedir, meu filho. Irei ao banco amanhã e lhe darei a sua parte da herança.

O filho o abraçou com entusiasmo, sem perceber a melancolia nos olhos do pai. Para ele, a cidade grande era sinônimo de liberdade e aventura, e ele estava determinado a seguir por esse caminho, mesmo que isso significasse se afastar da família e de sua vida no campo.

Antônio o abraçou com força, como se quisesse mantê-lo por perto para sempre. Mas, sabendo que não podia controlar o destino do filho, ele o beijou na cabeça e murmurou com uma voz trêmula.

— Meu filho, eu só espero que você encontre a felicidade que busca na cidade. Não se deixe levar pelas ilusões e busque sempre a verdadeira essência da vida.

Os olhos do filho brilhavam com a ansiedade pelo que estava por vir, enquanto Antônio sentia o peso do inevitável se abater sobre seus ombros. Ele queria que seu filho compreendesse o valor da simplicidade e da honestidade, mas temia que ele se perdesse no mundo de aparências que o aguardava.

Enquanto o sol se punha no horizonte, eles se abraçaram em silêncio, cada um com seus sentimentos e expectativas. E naquela despedida amarga, pai e filho se prepararam para enfrentar caminhos opostos.

Parte X

No dia seguinte, quando o filho mais velho voltou para casa, encontrou seu pai sentado na varanda, os olhos vermelhos e a expressão profundamente triste.

— O que foi meu pai? O que o senhor tem? — perguntou o filho, notando a melancolia no semblante do pai.

Antônio suspirou, tentando conter a dor que lhe consumia. — Seu irmão foi embora hoje de manhã, meu filho. — As palavras saíram em um tom desolado, revelando o vazio que a partida do filho mais novo havia deixado.

O filho mais velho olhou para o pai, mas seus olhos não refletiam a mesma tristeza. Ele sempre fora o filho responsável, o que estava ao lado do pai para ajudar nas tarefas e apoiá-lo em momentos difíceis. No entanto, em seu coração, ele não conseguia se sentir tão abalado com a partida do irmão. No fundo, sentia um certo ciúme, acreditando que o irmão mais novo sempre tivera mais liberdade e talvez, mais atenção do pai.

— Eu sinto muito, pai. Mas acho que ele vai se virar bem sozinho. Ele sempre foi o aventureiro, não é? — Disse com indiferença, tentando esconder os sentimentos de ciúme que afloravam dentro dele.

Antônio ficou surpreso com a frieza do filho mais velho, esperando um pouco mais de empatia e compreensão. — Ele é seu irmão, e vocês sempre foram próximos. Não pode simplesmente se desligar assim. — Tentou fazer o filho entender a importância do laço familiar.

— Eu sei pai. Mas cada um tem seu próprio caminho, não é mesmo? Ele escolheu o dele, e eu escolhi o meu. — O filho mais velho falou com indiferença, escondendo a tristeza e o ciúme que sentia.

Parte XI

Antônio sentiu-se desamparado, percebendo que não conseguiria fazer o filho mais velho compreender a magnitude da partida do irmão. Por mais que quisesse que seus filhos valorizassem a família, sabia que precisava respeitar as escolhas deles.

— Cada um tem seu destino, é verdade. Mas a família sempre estará aqui para apoiá-los, independentemente dos caminhos que escolham seguir. — Disse o pai, tentando transmitir uma mensagem de amor e união.

O filho mais velho assentiu, mas a tristeza e o ciúme ainda persistiam em seu coração. Ele não queria admitir, mas sentia uma ponta de inveja pela liberdade que o irmão tinha para explorar o mundo.

— Eu sei, pai. Só acho que ele não precisa de nós tanto quanto você pensa. — Respondeu, desviando o olhar para evitar que o pai percebesse suas emoções conflitantes.

Antônio abraçou o filho com carinho, mesmo que sentisse a distância emocional entre eles naquele momento. Ele sabia que, apesar das diferenças, o amor entre pai e filho era eterno.

Com os olhos marejados, Antônio olhou para o céu e pediu em silêncio:

“Deus, cuide do meu filho mais novo, eu não sei onde ele está e nem o que vai fazer, mas não deixe que nada venha lhe acontecer, amém.”

Naquela noite, pai e filho mais velho se abraçaram, mas a sombra do ciúme e da indiferença ainda pairava no ar. Antônio sabia que precisaria lidar com seus próprios sentimentos e, ao mesmo tempo, estar presente para apoiar e compreender o filho que decidiu partir em busca de suas próprias jornadas.

Parte XII

O tempo escorria como lágrimas silenciosas pelos olhos de Antônio, e a ausência do filho mais novo pesava como uma sombra em seu coração. Os meses se arrastaram, transformando-se em anos, mas nenhuma palavra, nenhum sinal do filho perdido chegava até ele. A angústia corroía sua alma, e a incerteza dilacerava sua esperança.

As noites eram longas e solitárias, enquanto ele orava em busca de conforto para sua alma atormentada. Os campos da fazenda, antes vibrantes com alegria, pareciam agora tão vazios quanto seu peito. A saudade apertava, sufocando-o como um abraço indesejado.

O filho mais velho, agora responsável por cuidar do pai e dos negócios, sentia-se impotente diante da tristeza do pai. Ele via os olhos cansados do homem, fixos na estrada por onde o irmão havia partido, na esperança de uma aparição que nunca acontecia.

Antônio caminhava diariamente até a beira da estrada, como um peregrino em busca de um milagre. Seu coração se apertava ao contemplar a imensidão da estrada, que parecia engolir as esperanças de seu reencontro. A cada anoitecer, quando o sol se despedia no horizonte, ele imaginava se o filho estaria olhando as mesmas estrelas, em algum lugar distante.

As pessoas do povoado, apesar de bem-intencionadas, tentavam fazê-lo desistir da busca. Diziam que o filho deveria ter seguido sua vida em outra direção, construído um futuro longe dali. As vozes cruéis o chamavam de “louco” por continuar esperando por um filho que talvez nunca mais voltasse.

Mas o coração de Antônio era teimoso e não se dobrava aos argumentos. Ele sabia que o amor de um pai não tem limites, e seu filho era seu sangue, parte de sua alma. Ele acreditava que, em algum momento, o destino os reuniria novamente.

Parte XIII

As estações passavam, e a esperança parecia enfraquecer. A primavera trazia novos brotos, mas não conseguia reavivar o ânimo de Antônio. O verão trazia o calor, mas seu peito permanecia frio e vazio. O outono chegava com suas folhas douradas, e ele sentia o peso dos anos sobre seus ombros, carregando a tristeza consigo.

E foi numa tarde melancólica, com nuvens pesadas pairando no céu, que Antônio sentiu algo diferente no ar. Um vento sussurrante parecia carregar consigo um segredo do destino. Seus olhos cansados se fixaram ao longe, e um vulto surgiu na estrada empoeirada.

O coração de Antônio disparou, suas mãos tremeram. Seria ele? O filho perdido estaria voltando para casa? As lágrimas brotaram em seus olhos enquanto ele aguardava ansiosamente.

E, finalmente, o vulto se aproximou, tornando-se uma figura conhecida. Era o filho mais novo, aquele que um dia partiu em busca de um sonho que se desfez no caminho da vida. O jovem estava desgastado, o brilho nos olhos havia se apagado, e suas roupas rasgadas denunciavam o peso das escolhas erradas.

Parte XIV

 

As lágrimas  de Antônio atrapalhavam sua visão, mas ele continuou correndo com todas as suas forças, tentando encurtar o caminho entre eles. O rapaz, ao avistar o pai correndo em sua direção, caiu de joelhos no chão, não conseguindo conter o choro e a vergonha que sentia por estar naquela situação.

Antônio não olhou para a aparência desgastada de seu filho, não se importou com a sujeira e o aspecto abatido. Ele só via seu filho de volta, e o abraçou com força enquanto agradecia ao céu por vê-lo novamente em seus braços. Era um verdadeiro milagre tê-lo de volta. Lembrava-se do momento em que o segurou pela primeira vez quando nasceu, e agora aquele momento se repetia, seu filho estava vivo. Tinha renascido.

— Pai, me perdoa, por favor, eu não sou digno de ser chamado de teu filho. — o rapaz tentava dizer, envergonhado.

— Não diga mais nada, você está vivo e está em casa. Você é meu filho e nunca deixou de ser. — respondeu Antônio, emocionado, enquanto beijava o rosto do filho.

Emocionado com o retorno do filho, Antônio o levou para dentro de sua casa e pediu que seus trabalhadores preparassem o melhor animal da fazenda para uma festa de boas-vindas. Também providenciou roupas limpas e tratou o filho com carinho e cuidado. Aquele era um dia de celebração, seu amado filho havia voltado para casa.

Parte XV

O filho mais velho ao voltar para casa, depois de um longo dia de trabalho nas plantações, viu a quantidade de pessoas festejando e se espantou. Rapidamente, ele se aproximou do pai e perguntou o que estava acontecendo.

— Seu irmão voltou! Alegre-se, ele está vivo! — disse o pai em grande alegria, mas o rapaz não parecia animado.

— Seu filho some por meses e nem dá notícias, e o senhor dá uma festa para ele. Eu trabalho aqui diariamente, abro mão da minha vida, e nem um cabrito o senhor dá para que eu possa festejar com meus amigos.

O pai olhou para o filho mais velho e, com um olhar de compreensão, pousou sua mão sobre o rosto dele e disse:

— Meu filho, meu primogênito, entendo sua mágoa e suas frustrações. Eu sei que você tem sido responsável e dedicado em tudo que faz. E, saiba que nunca deixarei de admirar e valorizar o seu esforço. Mas a vida do seu irmão é um presente inestimável, e é motivo de grande alegria tê-lo de volta. Não pense que eu te ame menos, se fosse você que tivesse partido, meu coração também teria se despedaçado. — o homem puxou o rapaz para um abraço caloroso e continuou falando baixinho em seu ouvido. — Alegre-se com ele, meu filho, outrora ele estava dado como morto, estava perdido no mundo, mas agora ele está em casa e está vivo!

O filho mais velho sentiu-se dividido entre o ressentimento e o amor que nutria por seu irmão. Ele sabia que seu pai falava a verdade, mas não conseguia evitar o sentimento de ciúmes enraizado em seu coração. Mesmo assim, ele tentou sorrir e se juntou à celebração.

Parte XVI

 

Ambos entraram para casa e festejaram, a família novamente estava reunida e o pai enfim podia rir novamente, pois seus filhos estavam com ele. O filho mais velho, apesar do ciúmes, tentou abafar o sentimento e apreciar a felicidade de ter o irmão de volta. A vida seguia, e mesmo com os conflitos internos, a união familiar era preservada, sabendo que o amor de um pai é capaz de compreender e acolher a todos, mesmo diante das dificuldades e desafios.

FIM

Notas do Autor:

Neste conto, pude retratar o amor incondicional de um pai por seu filho. Essa história nos lembra do amor de Deus por cada um de nós, que é infinito, incansável e eterno. Mesmo que estejamos distantes Dele, saibamos que Ele está sempre de braços abertos, esperando para nos receber novamente como filhos. Não importa a situação em que nos encontremos, sempre podemos voltar para Ele.

Essa narrativa é uma releitura da parábola do Filho Pródigo, sob a perspectiva do pai, conforme encontrada em Lucas 15:11-32. Que ela nos inspire a compreender a grandeza do amor divino e a sempre buscar a reconciliação com Deus, sabendo que somos amados além de qualquer medida. 

Obrigado por ter lido até aqui, essa e outras histórias você encontra clicando aqui.

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